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Bolsa Família: Apoio Temporário ou Zona de Conforto?

  • Foto do escritor: Ricardo Veras
    Ricardo Veras
  • 17 de ago.
  • 2 min de leitura
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Coluna Élvio Gianni – 03 Desenvolvimento Econômico

Bolsa Família: Apoio Temporário ou Zona de Conforto?

 

Neste mês de agosto, 1.521 benefícios do Bolsa Família foram cancelados nas cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Farroupilha, na Serra Gaúcha. Desses, 639 eram destinados a homens entre 18 e 40 anos. Esse dado acende um alerta: até que ponto o programa está cumprindo seu papel como política de inclusão social e quando ele se transforma em zona de acomodação?

Não há dúvidas de que o Bolsa Família é uma política pública importante. Ele ampara quem enfrenta situações de extrema vulnerabilidade e garante o mínimo de dignidade em momentos críticos. Mas nenhum benefício social pode ser encarado como solução definitiva. Ele deve ser a porta de entrada para uma fase de transição, nunca um destino permanente.

O que preocupa é quando o benefício se transforma em um modelo de sobrevivência contínua, sem incentivo ou exigência de evolução. É nesse ponto que entra a responsabilidade do poder público: não apenas conceder ajuda, mas também construir trilhas de saída.

Capacitação profissional, incentivo ao empreendedorismo, programas de inclusão produtiva e parcerias com o setor privado são alguns caminhos possíveis. Em Caxias do Sul, quando estive à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação, criamos o Programa Capacita Caxias, uma das políticas públicas mais inovadoras do município. Foram mais de 500 cursos realizados, 5.000 horas de capacitação e mais de 50 parceiros envolvidos. Além de qualificar a população, muitos participantes conseguiram emprego e hoje recebem seu salário com dignidade, deixando a dependência de benefícios sociais.

Outro exemplo são as parcerias entre prefeituras e entidades empresariais para estimular a contratação local com incentivos fiscais.

O trabalho continua sendo a melhor política social. Quem trabalha tem independência financeira, consome onde quiser, vive com dignidade e não depende do favor de ninguém. Mais do que transferência de renda, precisamos investir em transferência de oportunidades.

Ajudar quem precisa, sim. Mas com um horizonte claro: tirar da pobreza, não a manter sob controle. E isso só acontece quando unimos assistência com educação, qualificação, trabalho e geração de renda. É assim que se rompe o ciclo da dependência e se constrói um país mais justo e produtivo.

Élvio GianniEx-Secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Caxias do Sul (2021 a 2024)📸 Instagram: @elviogianni🔗 LinkedIn: linkedin.com/in/elviogianni

 

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