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O preço da imprudência: quando a diplomacia vira comício e o Brasil vira alvo

  • Foto do escritor: Ricardo Veras
    Ricardo Veras
  • 14 de jul.
  • 3 min de leitura
Por Sandro Chagas – Advogado (OAB/RS 105.040) e Jornalista (DRT/RS 15.843)
Por Sandro Chagas – Advogado (OAB/RS 105.040) e Jornalista (DRT/RS 15.843)

Enquanto o Brasil enfrenta inflação, juros altos e insegurança jurídica, o presidente da República resolveu brincar de política externa como quem joga War no domingo à tarde. Resultado? Donald Trump, com sua já conhecida sutileza diplomática, respondeu prometendo uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros — uma medida que, se aplicada, vai despencar direto no colo da economia real.

E por que Trump atacaria justamente o Brasil? Simples: porque Lula resolveu bater de frente com quem compra — e estender tapete vermelho para quem só promete.

De Itamaraty a palanque: a diplomacia virou espetáculo

O Brasil sempre teve tradição de moderação diplomática. Nossos chanceleres falavam baixo, mas carregavam argumentos fortes. Sempre defendemos o interesse nacional — não o gosto pessoal do mandatário de plantão.

Mas isso mudou. O atual governo parece decidido a transformar o Ministério das Relações Exteriores num comitê internacional de afinidades ideológicas. Se o país é contra os EUA, se hostiliza Israel, se critica o Ocidente... então vira “amigo”. Se tem eleições livres, economia aberta e defende a democracia? Passa a ser tratado com desdém.

O resultado não poderia ser outro: viramos alvo preferencial de retaliações comerciais. E quem vai pagar por isso não é o Itamaraty — é o agricultor, o exportador, o pequeno produtor da Serra Gaúcha.

Trump revida — e com força

O ex-presidente dos Estados Unidos pode ser tudo, menos previsível. Ao prometer uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, ele não apenas joga para sua base — ele envia um recado claro ao Planalto: não brinquem de soberania se não conseguem sustentar a própria balança comercial.

A medida, embora afrontosa ao espírito da OMC, tem precedente. Os EUA já ignoraram decisões internacionais antes — e continuarão ignorando quando lhes for conveniente. O Brasil pode até protestar, mas não tem a mesma munição.

O risco é real — e o prejuízo será nosso

Só em 2023, o Brasil exportou mais de US$ 40 bilhões para os Estados Unidos. Se essa tarifa de 50% virar realidade, o impacto será direto:

• Cancelamento de pedidos;

• Rompimento de contratos de longa data;

• Perda de competitividade em mercados estratégicos;

• Efeito dominó no emprego e na produção nacional.

Mas Brasília parece viver em outra realidade — uma onde discursos em cúpulas internacionais valem mais do que contratos firmados por quem produz, emprega e gera riqueza aqui dentro.


A Serra Gaúcha vai sangrar primeiro

Aqui no chão fértil da Serra Gaúcha, não dá para pagar boletos com ideologia. Aqui, o que sustenta a economia é o trabalho, a exportação, a qualidade dos produtos. E aqui, infelizmente, o estrago será imediato.

Setor

Produto

Impacto Direto

Vitivinicultura

Vinhos, espumantes, sucos

Queda nas encomendas de distribuidores norte-americanos

Couro e Calçados

Indústrias de Caxias, Igrejinha, NH

Perda de contratos, desemprego e recessão setorial

Agroindústria Familiar

Queijos, embutidos, doces

Rompimento de parcerias internacionais e prejuízo direto

Moveleiro e artesanato

Móveis de alto padrão

Redução nas exportações e retração na cadeia de fornecedores

O governo Lula pode achar bonito discursar para aplausos internacionais, mas quem vai fechar a porta da fábrica é o empreendedor de Gramado, de Bento, de Farroupilha, de Nova Petrópolis da Serra Gaúcha.

A conclusão é dura: diplomacia não é lugar para bravateiro

É preciso dizer com todas as letras: o governo Lula brinca com os interesses do Brasil como quem brinca com palitos de fósforo num paiol. A política externa brasileira hoje serve a um projeto de vaidade ideológica, não ao povo brasileiro.

O Brasil precisa de pragmatismo. Precisa de soberania com inteligência, não de valentia inconsequente.

Se Trump cumprir sua promessa, não será o Planalto que vai sangrar — será a economia da Serra, do campo, da indústria. E quando isso acontecer, não adiantará fazer discurso: vai ser tarde demais.


📌 Enquanto o governo joga xadrez ideológico, o produtor brasileiro está jogando banco imobiliário com peças faltando.

📌 E o pior é que, nesse jogo, o Brasil entra com a produção... e sai com o prejuízo.

1 comentário


Volmir Koch
Volmir Koch
17 de jul.

Realmente o governo Lula tem sido desleixado com as políticas externas, por ser o "presidente " desta nossa grande nação, acha que pode fazer o que bem entende, deixando para os empresários e povo trabalhador a colheita das más escolhas e atitudes com relação a países como USA . Até quando vamos ter que aguentar tudo isso??!!

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