ÉLVIO GIANNI - O Peso do Endividamento e a Falta de Educação Financeira

O endividamento da população tem sido um tema recorrente e, na prática, revela a pouca habilidade que grande parte dos brasileiros tem para lidar com o dinheiro, reflexo direto da falta de educação financeira em nossa formação escolar.Um exemplo claro está no crédito consignado para aposentados: o Brasil tem cerca de 34,2 milhões de aposentados e mais de 44,4 milhões de contratos assinados ou seja, muitos têm múltiplos empréstimos ativos. Com juros médios de 1,85% ao mês, o peso dessa dívida cresce rapidamente.Outro dado preocupante vem do Crédito do Trabalhador, lançado em março de 2025, com juros que variam entre 1,9% e 3,5% ao mês. Em apenas seis meses, 10% dos trabalhadores com carteira assinada já se endividaram com essa modalidade.Segundo pesquisa da Fecomercio/SP, 78% da população brasileira está endividada, 30% têm contas em atraso e 12% afirmam não ter condições de pagar. São números que retratam uma realidade dura.Dia desses, em um supermercado, presenciei uma senhora parcelando suas compras em 10 vezes. Fiquei pensando: quando ela terminar de comer, provavelmente já terá outra compra parcelada. Esse ciclo se repete em milhares de lares brasileiros.Precisamos, com urgência, inserir a educação financeira na base escolar, para que as novas gerações cresçam entendendo o valor do dinheiro, dos juros e do planejamento. O endividamento desestrutura famílias, gera doenças e é uma das principais causas de separações conjugais.Gastar é fácil o apelo comercial é enorme. Mas ganhar e planejar ainda parecem ser os maiores desafios.Enquanto o Brasil não aprender a falar de dinheiro, continuará preso no ciclo do endividamento.Educação financeira não é luxo é necessidade básica.

Élvio Gianni

Agente de Inovação, Mentor, Consultor e Empreendedor

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